Estabelecer e atingir metas de redução e controle de perdas é um dos mais importantes desafios para uma companhia de Saneamento. Tendo em mente as perdas de água, e por consequência de faturamento, surgiu na SABESP, há 17 anos, o MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE PERDAS (MASP_PERDAS), proporcionando resultados extraordinários em todas as Unidades de Negócio da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).
A base do Método é o ciclo do PDCA, que é constituída, no mínimo, pelos seguintes componentes:
- PLANEJAMENTO: caracterização do problema de perdas de água e de faturamento, bem como o estabelecimento do Plano de Ação;
- EXECUÇÃO: operacionalização das ações planejadas para bloqueio das causas;
- VERIFICAÇÃO: verificação se o bloqueio foi efetivo;
- AÇÃO CORRETIVA: padronização das ações para que o problema não reapareça;
Dentre as várias companhias brasileiras que adotaram o MASP no controle de perdas, a SABESP se destaca, tendo aplicado o método na RMSP, interior e litoral de São Paulo, conseguindo resultados excelentes, diminuindo significativamente as perdas. A fim de acompanhar a evolução e eficácia do método, utilizaram-se 2 parâmetros associados às perdas de água: o Volume Disponibilizado (VD), que deve ser o menor possível, quando a produção de água é adequada às demandas e o Volume Utilizado (VU), cujo aumento significa aumento na venda, faturamento. A proximidade destes dois volumes é desejada dentro da lógica do controle de perdas.
Através da aplicação do Método ao longo de 12 meses, a SABESP conseguiu resultados promissores no interior, como foi o caso de Campo Limpo Paulista (23 mil ligações) em 2011, que conseguiu diminuir em 23,71% seu VD, aumentando em 5,69% seu VU; na RMSP, como o caso da Unidade Leste (700 mil ligações), com – 2% de VD, e + 8,7% de VU em 2005. Outros exemplos fora de São Paulo podem ser destacados, como foi o caso de Campo Grande/MS (230 mil ligações), que conseguiu resultados de -3% VD e +22% VU em 2007, e Juturnaíba/RJ, com -10% de VD e +1% de VU em 2005.
Na RMSP, o MASP foi aplicado seguindo os preceitos de combate às perdas, de acordo com as cruzes de Tardelli e Lambert, com controle de pressões, eficácia em reparos de vazamentos, setorização e gestão de infraestrutura, bem como melhorias no sistema comercial, redução de erros na micromedição, qualificação de mão-de-obra e combate a fraudes e ligações clandestinas. Ao longo do tempo, seus resultados foram sendo acompanhados de análises críticas, a fim de aprimorar continuamente o Método. Seus resultados, para cada unidade da Região Metropolitana de São Paulo, foram:
- MN (Norte): +1,19% VD e +3,99% VU (730 mil ligações), com 160 colaboradores envolvidos
- MO (Oeste): -2,0% VD e +6,5% VU (700 mil ligações, com 150 colaboradores envolvidos
- MS (Sul): -0,0% VD e +2,0% VU (750 mil ligações), com 130 colaboradores envolvidos
- ML (Leste): -2,0% VD e +8,7% VU (700 mil ligações), com 120 colaboradores envolvidos
O MASP_PERDAS pode ser resumido em 8 passos principais:
1. Identificação do Problema: Definição dos Indicadores e variáveis a serem controladas
2. Observação: Investigar as características específicas do problema com uma visão ampla e sob vários pontos de vista. Utiliza-se o diagrama de Ishikawa para encontrar as causas do problema.
3. Análise: utilização da Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) para priorização das causas mais influentes, e gráfico de Pareto para seleção da linha de corte, onde serão selecionadas as causas a serem controladas. Utiliza-se também o método 5W 2H para elaboração do Plano de Ação.
4. Plano de Ação: refere-se ao planejamento dos passos a serem tomados para atuação nas causas mais importantes do problema.
5. Ação: dentre as diversas atividades, devem ser consideradas:
- Treinamentos e Capacitações dos funcionários
- Padronização de Processos
- Controle Estatístico de Indicadores e Processos
- Definição de Ferramentas de Qualidade
- Ações para Eliminação das Causas
- Registro dos resultados obtidos
- Realizar reuniões de acompanhamento
- Elaboração de Gráficos de Controle
6. Verificação: a fase de verificação das ações deve abranger:
- Realização da análise dos resultados dos indicadores de desempenho e sua comparação com as metas estabelecidas
- Realização da análise das ocorrências que contribuíram para os resultados obtidos
- Avaliação da situação dos planos de ação voltados para a melhoria da eficácia dos processos
- Identificação das principais causas dos resultados obtidos (bons ou ruins)
- Verificação do cumprimento das práticas de gestão e padrões de trabalho que foram definidas
7. Padronização: A fase de ação/correção deve abranger:
- Análise crítica das não-conformidades detectadas
- Determinação das causas de não-conformidades
- Determinação e implementação de ações necessárias
- Registro dos resultados de ações executadas
- Análise crítica da eficácia das ações corretivas ou preventivas executadas
- Realizar treinamentos, reuniões, palestras, etc.
- Planejamento de ações para problemas remanescentes através do emprego do método
- Formação de multiplicadores internos para repasse da metodologia
8. Conclusão
Por fim, a fase final do MASP se refere à etapa de aprendizagem, onde todos os conhecimentos obtidos anteriormente serão reunidos e transmitidos à todos os envolvidos, a fim de disseminar as ações exitosas, e também aquelas que não trouxeram os resultados esperados.
Entre em contato com nossa equipe e solicite uma demonstração da metodologia de “Redução e Controle de Perdas de Água”.
