Nível Econômico de Perdas (NEP) é o valor mínimo em que os custos da água são proporcionais aos de controle de perdas. Ou seja, é o ponto a partir do qual o custo para recuperar 1m³ é maior do que o custo para produzir e distribuir 1m³ de água tratada. Trata-se, portanto, de uma ferramenta vantajosa para Sistemas de Abastecimento de Água, pois permite fundamentar investimentos e prioridades para estratégias de gestão de perdas, especialmente quando o orçamento é limitado.
Mas, atenção: trata-se de um valor mutável, que necessita de revisão periódica. De acordo com o material “Perdas de água – Guia para determinar o nível econômico e metas progressivas de controle para municípios, reguladores e prestadores de serviço“, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, alguns fatores afetam o NEP, tais como:
- Existência de dados mais confiáveis;
- Mudança nas tarifas e atualização de inflação;
- Aumento na taxa de cobertura de esgoto, pois as receitas unitárias por hidrômetro instalado aumentam, baixando o nível econômico de submedição;
- Variações no per capita e densidade de ligações na rede;
- Mudança em custos de mão de obra e de construção, entre outros.
Fórmula para calcular o Nível Econômico de Perdas
Ainda segundo o material citado anteriormente, a fórmula para calcular o NEP deve conter o excedente financeiro anual (ou prejuízo) em função do nível de perdas específicas aparentes e reais.
O excedente financeiro é a receita menos os custos (custos de produção de água, custo anualizado das expansões de capacidade, custos de controle de perdas reais e controle de perdas por submedição). Desta forma, temos:
Onde F é o excedente financeiro anual (ganho – positivo – ou perda – negativo) em R$/ano; R é a receita anual, também em R$/ano; CPROD é o custo variável anual de produção de água (R$/ano); Cexp é o custo anualizado de expansão do sistema de produção de água (R$/ano); 𝐶𝑃𝑅 é o custo anual de controle de perdas reais de água em (R$/ano) e 𝐶𝑃𝐶 é o custo anual de controle de perdas aparentes de água em (R$/ano).
Os autores do Guia reforçam que nem todos os custos associados à prestação dos serviços de água estão incluídos na fórmula dos excedentes financeiros: serviço de dívida existente, depreciação e custos laborais fixos não são afetados por qualquer alteração das perdas reais ou aparentes.
O valor do excedente financeiro calculado pelo modelo não constitui o excedente total real. Em vez disso, representa um somatório de termos vinculados aos custos ou benefícios relacionados com programas de controle de perda de água.
Esta fórmula pode ser usada em cálculos genéricos. Para operações mais específicas, recomenda-se aplicar o Balanço Hídrico e outros métodos de determinação de perdas em Sistemas de Abastecimento de Água.
Dessa maneira, recomendamos que você, gestor de equipes de Saneamento, mantenha seus conhecimentos sempre atualizados às necessidades do mercado, assim como, certifique-se de que sua equipe também está qualificada.
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