As perdas de água são inerentes a qualquer sistema de abastecimento de água.
A discussão desse tema se faz ainda mais relevante diante do cenário de escassez hídrica e de altos custos de energia elétrica. Além disso, as perdas impactam diretamente a saúde financeira das empresas responsáveis pela distribuição de água, tendo em vista que podem representar desperdício de recursos naturais, operacionais e de receita.
As perdas se dividem em:
Perdas aparentes: também chamadas de perdas não físicas ou comerciais, estão relacionadas ao de água que foi efetivamente consumido pelo usuário, mas que, por algum motivo, não foi medido ou contabilizado, gerando perda de faturamento ao prestador de serviços.
Essas falhas são decorrentes de erros de medição (hidrômetros inoperantes, com submedição, erros de leitura, fraudes, equívocos na calibração dos hidrômetros), ligações clandestinas e falhas no cadastro comercial.
Perdas reais: também conhecidas como perdas físicas, referem-se a toda água disponibilizada para distribuição que não chega aos consumidores. Essas perdas acontecem por vazamentos em adutoras, redes, ramais, conexões e reservatórios.
Os vazamentos estão associados ao estado de conservação das tubulações, à qualidade da instalação pela mão de obra executada e à existência de programas de monitoramento de perdas.
Perdas de água no Brasil
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil (2019), o Brasil tem 38,45% de perda de água potável, ou seja, a cada 100 litros captados, 38 litros são perdidos. A menor média nas perdas de distribuição no país foi em 2014 e 2015, que atingiu uma média de 36,7%. Já em 2010, tivemos o pior índice, chegando a 39%.
Esses dados mostram que mesmo com o passar dos anos tivemos pouca melhora. Essas perdas de água potável nos sistemas de distribuição acarretaram um prejuízo de mais de R$ 12 bilhões em 2020, segundo o estudo Desafios para Disponibilidade Hídrica e Avança da Eficiência do Saneamento Básico, desenvolvido pelo Instituto Trata Brasil.
Impacto financeiro das perdas de água
Os impactos das perdas de água afetam, principalmente, a receita dos prestadores de serviços. Para as empresas de saneamento, um elevado índice de perdas significa uma
redução no faturamento, o que, consequentemente, diminui sua capacidade de investir em melhorias.
As perdas reais influenciam nos custos de produção e distribuição da água.Já as perdas aparentes interferem nos custos de venda da água, acrescidos dos custos de coleta do esgoto.
De acordo com a ABES, a redução das perdas reais permitiria às empresas produzirem menores quantidades de água tratada para abastecer a mesma quantidade de pessoas. Consequentemente, seria necessário uma quantidade menor de produtos químicos, energia elétrica e mão de obra. Imagina o quanto isso impactaria financeiramente as empresas?
A redução das perdas aparentes também impacta na receita das concessionárias. Diminuir as fraudes, os consumos não faturados, a falta de hidrômetros e os problemas de medição aumenta o volume faturado e ajuda no planejamento de investimentos.
Como reduzir as perdas
A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) indica algumas ações de acordo com o tipo de perdas. Confira a seguir.
Perdas reais
As ações se diferenciam de acordo com o tipo de vazamento.
Vazamentos não visíveis, de baixa vazão, não aflorantes e não detectáveis por métodos acústicos de pesquisa: faz-se necessário observar a qualidade da mão de obra e dos materiais utilizados, posteriormente reduzindo a pressão da rede.
Vazamentos não visíveis, não aflorantes, mas detectáveis por métodos acústicos de pesquisa: além das ações anteriores, é preciso ampliar a pesquisa de vazamentos.
Vazamentos visíveis, aflorantes ou ocorrentes nos cavaletes; extravasamentos nos reservatórios: ademais de todas as ações citadas anteriormente, deve-se também controlar o nível dos reservatórios.
Perdas aparentes
Para as perdas aparentes, as ações incluem:
No âmbito da macromedição: instalação adequada de macromedidores e a calibração dos medidores de vazão.
No âmbito da gestão comercial: controle de ligações inativas e clandestinas.
No âmbito da micromedição: instalação adequada e a substituição periódica dos hidrômetros.
A ABES também recomenda a elaboração de um plano de ação com metas e indicadores de controle. Dessa forma, é possível planejar, acompanhar e avaliar as atividades. Além disso, também é recomendado a realização de contratos de assistência técnica, terceirização de partes dos serviços, contratos de performance e parcerias.
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Fonte: EOS Consultores.