Ao longo do ano de 2021, foi desenvolvida uma plataforma de BI (Business Intelligence) para a Companhia Espírito Santense de Saneamento, a CESAN, com o intuito de construir Balanços Hídricos (BH) de todos os sistemas geridos pela companhia no estado do Espírito Santo.
O objetivo inicial do projeto era quantificar e qualificar as perdas de água que ocorriam em cada um dos municípios do estado, ou seja, saber a quantidade de perdas e classificá-las. A solução do problema, como dizemos, só é possível após um diagnóstico claro e o Balanço Hídrico nos oferece essa percepção.
Os tipos de Balanço utilizados foram o Top x Down (de cima para baixo) e o Bottom x Up (de baixo para cima), já descritos por nós em publicações anteriores. É importante que ambos sejam feitos para verificação de resultados e ajustes, se necessário, gerando maior confiabilidade.
O indicador utilizado para avaliação das perdas reais é o IVI (Índice de Vazamentos da Infraestrutura), também chamado de ILI, proposto pelo IWA, que indica a relação entre as perdas reais anuais com as perdas inevitáveis anuais. Outro indicador é o ALI, proposto por Julian Thornton e que possui a mesma lógica do ILI, porém para perdas aparentes.
O projeto contou com três ciclos de trabalho, também chamados de iterações. Esse processo é importante porque, a cada iteração, há um aprimoramento da qualidade dos dados e, assim, o conhecimento do sistema se solidifica e fica cada vez mais confiável.
Todas as iterações utilizaram a plataforma de BI como um espaço para unificação dos dados e conferência da maneira mais prática e rápida possível. As três iterações podem ser descritas da seguinte maneira:
1° Iteração: A 1º iteração foi elaborada utilizando os dados fornecidos do banco de dados da CESAN. Alguns dos dados de entrada tiveram que ser estimados para elaboração dos Balanços Hídricos. Ao montá-los, foram encontradas algumas inconsistências de dados que necessitaram de revisões. Alguns dados utilizados foram:
- Volume Produzido, importado e exportado;
- Consumo Medido Faturado;
- Consumo Não Medido Faturado;
- Consumo Medido Não Faturado (ex.: caminhão pipa);
- Consumo Não Medido Não Faturado (descarga de rede, bombeiros etc);
- Número de ligações totais, ativas, inativas e com clientes registrados;
- Comprimento de rede;
- Comprimento médio do ramal do limite da propriedade até o hidrômetro;
- Pressão média do sistema e/ou setor.
2° Iteração: na segunda iteração, os dados de entrada da primeira iteração são revistos, tomando como base os dados obtidos em campo e laboratório, sendo eles:
- Caracterização do Parque de Macromedição;
- Estimativa do Consumo Não Autorizado;
- Caracterização do Parque de Hidrômetros;
- Caracterização dos Grandes Consumidores;
A aferição dos dados de entrada gera alterações nos resultados do Balanço, concluindo, assim, a segunda iteração.
3° Iteração: a terceira e última iteração do Balanço Hídrico Top x Down leva em consideração os Balanços Hídricos Bottom x Up para comparação e refinamento do Top x Down.
Ao final das iterações, a CESAN possui, então, os Balanços Hídricos e mapas de pressão confiáveis de todos seus municípios, setores e sistemas de abastecimento. A partir desse diagnóstico confiável, é possível construir prognósticos para combate de problemas e atingimento de metas, pensando no controle de produção de água e consumo autorizado para diminuir os índices de perdas de água.
É importante destacar que este é um trabalho que deve ser sempre atualizado. Conhecer-se é a primeira tarefa quando se trata de resolver um problema e a partir dos Balanços Hídricos é possível estabelecer metas e focar em soluções mais assertivas dentro da realidade da companhia.
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