Auditoria Operacional realizada em Minas Gerais na Copasa permitiu uma adequada formulação de Estratégia de Redução e Controle de Perdas e implantação de planos de ação para um período de cinco anos.
Em um Sistema de Abastecimento de Água (SAA), perdas hídricas podem acarretar grandes entraves para as companhias de saneamento básico, que vão desde a diminuição do faturamento, até a incapacidade de atender toda a população, gerando problemas sociais e ambientais. A perda de água pode se dividir em duas parcelas: 1) perdas reais, referentes, sobretudo, a vazamentos no sistema; e 2) perdas aparentes, geradas por fraudes e irregularidades na medição, ligações clandestinas e erros de submedição de hidrômetros.
Definir uma estratégia de redução e controle de perdas de água torna-se uma tarefa imprescindível para a companhia de saneamento. Contudo, antes de estabelecer um plano de ação com metas a serem alcançadas, é necessário conhecer o SAA, isto é, levantar dados de distribuição, indicadores, validar os dados e, enfim, definir um nível de perdas que satisfaça um equilíbrio econômico, de modo que a solução seja viável em todos os aspectos analisados e traga o benefício almejado.
O trabalho que apresentamos aqui visou a realização de auditoria operacional do SAA de Montes Claros (MG) e uma zona de abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte (MG), a ZA08, geridos pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), bem como a definição de estratégia e plano de ação para controle e redução de perdas de água.
A Auditoria Operacional, mesclando ferramentas conhecidas, mas de maneira inovadora, permitiu uma adequada formulação de Estratégia de Redução e Controle de Perdas. A implantação dos planos de ação para solução dos problemas de perda hídrica dos projetos pilotos para o período de cinco anos foi desenvolvida de forma inovadora, uma vez que foi precedida de um completo diagnóstico, viabilizada em grande parte devido à existência do modelo hidráulico desenvolvido pela COPASA. A partir disso, foi possível, com a determinação de metas pelo Nível Econômico de Perdas (NEP), condição essencial para a efetiva implementação do Processo de Execução de uma Estratégia de Redução e Controle de Perdas.
Para a Auditoria Operacional, primeiro foi avaliada a qualidade de calibração de modelagem hidráulica. Em seguida, foram elaborados os Balanços Hídricos (BHs) Top x Down, que usam dados de escritório para todos os SAA em estudo, considerando o período de julho de 2019 a junho de 2020. De forma a confirmar os resultados de perdas reais obtidas em tais balanços, foram realizados BHs Bottom x Up, que usam dados de campo, em seis Distritos de Medição e Controle (DMCs) para cada projeto piloto. Após o ajuste das perdas, foi calculado o NEP para todos os SAAs e definidas estratégias e planos de ação para a redução e controle de perdas de água.
As modelagens se mostraram calibradas e confiáveis para a utilização e confirmação do ponto pressão médio, necessário para o estudo de BH Bottom x Up. Com a confirmação, os balanços hídricos Top x Down foram realizados, obtendo, para Montes Claros e ZA08, respectivamente, um ILI de 7 e 6, perdas reais em L/lig/dia na ordem de 256 e 362 e perdas totais em L/lig/dia de 338 e 441, atingindo uma categoria B de perdas. Essa categoria significa que há um potencial significativo para melhorias no abastecimento dos projetos pilotos.
Para a confirmação desses dados, o BH Bottom x Up foi realizado, resultando em um ILI ponderado de 9 e 7 e perdas reais ponderadas em L/lig/dia na ordem de 338 e 290 para Montes Claros e ZA08, respectivamente. Ajustado o balanço de escritório a partir do balanço de campo, foi calculado o NEP, resultando em um objetivo de atingir 62 e 103 L/lig/dia de perdas totais, respectivamente. Com a meta em mãos, foram definidas as estratégias de controle de perdas, onde foram separadas as áreas de ataque para o método A (grandes áreas) e método B (DMCs e áreas isoladas). Com as áreas definidas e com uma avaliação detalhada da modelagem hidráulica, foi previsto um plano de ação para cada SAA para atingimento da meta em cinco anos. O projeto prevê melhorias e instalações de VRPs, bombas, troca de redes e ramais e troca de hidrômetros visando atingir as metas.
A Auditoria Operacional dentro dos sistemas piloto foi tão bem-sucedida que a COPASA iniciou, em 2021, um programa de treinamento e capacitação de seus líderes, espalhados pelas seis Unidades de Negócio do estado de Minas Gerais, que contemplou Metodologias de Formulação e Execução de Estratégias de Redução e Controle de Perdas, Execução de Balanços Hídricos TOP X DOWN e BOTTON X UP e NEP – Nível Econômico de Perdas.
RoadMap Aplicado ao Controle de Perdas
O RoadMap Aplicado ao Controle de Perdas é uma Mentoria criada por nosso time de especialistas que aplica conceitos de Business Intelligence e Planejamento Estratégico no controle e redução de perda de água potável em sistemas de distribuição.
É uma espécie de “bússola gerencial”, que guiará você e sua equipe até a solução do grande problema que é a perda de água potável. Primeiro, desenhamos com você a estratégia de redução e controle de perdas, fazendo a conexão da estratégia empresarial com a estratégia de controle.
Formulamos também uma política tática e acompanhamos sua execução. Atuamos também no Planejamento Operacional, com a criação de um Programa de Redução e Controle de Perdas e definição de uma estratégia operacional.
Ajudamos na definição de itens de controle, indicadores, metas e benchmarks, bem como desenvolvemos com você uma Plataforma de BI. Além de fazermos o treinamento das equipes, análise de diagnósticos e muito mais!
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